Hora
do estágio... e agora?
Muitas vezes a docência é colocada
em xeque não só por aqueles que desconhecem sua realização e questionam essa
escolha, mas, também, por aqueles que estão prestes a experimentar essa
prática.
Evidentemente, as razões não são as
mesmas, mas elas nos fazem refletir...
Por que alguns estudantes das
licenciaturas têm tanto receio do estágio? Seria o receio de não saber o que
esperar dessa experiência? Seria a insegurança frente à busca pela prática
perfeita da docência?
Ou mesmo os tantos senões à relação
professor-aluno e aos procedimentos e posturas assumidas em sala de aula?
Mas, não deveríamos reverter esse
olhar temeroso?
Em tempos de tentativa de diluição
de nossa formação, com tantos questionamentos sobre "para que serve os
nossos saberes e nossos debates", precisamos ter mais convicção do que queremos fazer e podemos fazer com nossa
formação e prática...
Ir à escola durante o estágio (observar
aquele espaço que já frequentamos) também nos diz sobre como vivenciar relações
por outro prisma, não mais como estudante da Educação Básica, mas como aquele
que vai contribuir para sustentar esse universo de produção do conhecimento
(pensando seus limites, mas, fundamentalmente, como avançar)
Ainda que o formato de
"estágio" tenha expressado uma relação difícil entre
escola-universidade, por apontar interesses distintos e caminhos diversos na
sua realização e junção, sua prática oficializou no currículo de muitos
estudantes da licenciatura a inserção dos universitários na sala de aula do
ensino público fundamental e médio. Essa ação trouxe uma atuação ainda
incipiente e, muitas vezes, condicionada a ambos os currículos (universitário e
escolar), além dos prováveis "recortes temáticos", muitas vezes
alheios às possibilidades de abordagem e comunicação, os quais poderiam
oferecer àquele momento de construção coletiva (denominado como estágio) muitos
outros usos e exercícios da nossa atuação profissional. Nada que, ainda assim,
impeça de fazermos desse momento uma prática prazerosa para ampliação de elos e
expansão de nossas proposições.
Esse processo de docência, repleto
de nuances que, em grande medida perpassa problemas de políticas públicas e
debates sobre quem é esse profissional na nossa sociedade hoje, também aponta a
necessidade de pensarmos sobre como será avaliada essa inserção docente, mesmo que
durante um estágio.
Por isso, é preciso que essa
atuação seja feita com muito esmero e apoio, propondo alterar essa visão de que
não há o que ser feito nesse curto espaço de tempo. Ao contrário, há muito a
ser feito, pois mesmo nas restritas aulas de estágio é possível propor e
despertar a que serve o conhecimento na nossa sociedade, a que serve as
licenciaturas, recompor a relação que se estabelece em sala de aula. Por isso,
é hora do estágio.
Agora, é o momento de construir....
sempre é tempo de propor... inclusive, no estágio.
Discuta, pesquise, formule e
reavalie alternativas.
Proponha, não só o que você
gostaria de abordar, mas o que se torna necessário discutir... principalmente,
ao pensar naquele público de estudantes, com aquele repertório de
possibilidades de diálogo e realidade escolar em que vai atuar.
Caso se interesse, analise algumas das produções sugeridas nos links abaixo. Comente conosco suas impressões e como foi a realização de seu estágio e sua atuação docente.
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